14 junho 2011

As Histórias de Cito Ganzo (Juan Ganzo Fernandez Filho) - As Doces Loucuras do Cito

Juan Ganzo Fernandez Filho com sua 1° esposa Solange Di Bernardi e a filha Margot sentados na Lambreta. O casal da direita da foto é o Tio Hélio Estrella e a tia Hânia Hryniewicz Estrella.
Foto tirada lá pelos idos de 1965 na Lagoa da Conceição. Casa do Vô Juan Carlos.


À partir da esquerda: Carlos Alberto Ganzo Fernandez, Juan Ganzo Fernandez Filho (Cito), Dr. Waldir Bush, Ramirez Ganzo Fernandez, Berta Ganzo Fernandez, Juan Carlos Ganzo Fernandez, Albertina Saikowska de Ganzo, Diamela Ganzo Fernandez, Francy Ganzo Fernandez e Clorinda Ganzo Pereira.
Foto tirada por ocasião do aniversário de 80 anos do vô Juan Carlos, comemorado no Countru Club de Santa Catarina em 1972.






As doces
loucuras do cito


O figuraço Cito Ganzo levou para o túmulo não apenas o episódio em que colocou o seu gato de estimação na geladeira e mandou que o amigo Van Holf fosse buscar o gelo para juntos sorverem um uísque, existem muitos outros fatos notáveis registrados com a sua irreverência. Outro dia, numa roda de amigos, veio à tona algumas facetas de Ganzo, provocando um turbilhão de gargalhadas mesmo naqueles que não tiveram o prazer de conhecê-lo.
Existiram em Florianópolis dois personagens imbatíveis, dosados de acentuada dose de sacanagem, no bom sentido, sempre prevenidos em pregar uma boa peça nas pessoas em sua volta, Enéas Noronha e Cito Ganzo. As peripécias de Ganzo eram menos cáusticas e dosadas de ironia, mas sobretudo originais, criativas, engenhosas. Existia um pouco de uma doce loucura em quase tudo o que fazia.
Nos anos 60, possuir uma bicicleta era equivalente a desfrutar de um automóvel nos dias de hoje. De família bem-sucedida, seu pai explorava a telefonia local, Cito apareceu no Campo do Manejo, onde a garotada jogava bola e soltava pandorga, com uma bicicleta novinha e propôs, ao garoto que vendia bananas recheadas, a troca do veículo, uma raridade na época, pela iguaria do balaio. Claro que o vendedor topou e o negócio foi fechado. Enquanto Cito comia a banana, o garoto subia o morro da Mariquinha com a "magrela" nas costas.
Em outra oportunidade, o engenhoso Cito, fascinado com a exibição de pára-quedistas nos céus de Florianópolis, imaginou que também poderia voar. E surpreendeu a família ao saltar do segundo andar do prédio da telefônica, que ficava na rua Vítor Meireles, com um guarda-chuva aberto. Ele foi parar no hospital, mas a sua façanha foi amplamente comentada no Ponto Chic.
Mas a singular engenhosidade de Cito Ganzo foi mais longe. Motivado com o filme "Vinte mil léguas submarinas", um clássico de Walt Disney, em cartaz na cidade, ele mesmo decidiu construir o seu submarino. Olhares curiosos quanto suspeitos se aglomeraram na rampa do Clube Náutico Aldo Luz, ao lado do hotel Royal, para prestigiar a chegada da engenhoca de Cito, filho de papai rico e por isso era respeitado pelos colegas, embora conhecessem a sua absurda genialidade.
Cito desceu o monstrengo na rampa, com ajuda de alguns colegas, e vibrou quando o seu submarino flutuou. Palmas surgiram do cais, enquanto ele posava para fotografia. Enfiou-se na horizontal dentro da engenhoca e esta, aos poucos, foi afundando, afundando, permanecendo inerte no fundo do mar. Cito foi retirado do submarino pelos remadores do Aldo Luz. Essa aventura de Ganzo deu o que falar na cidade, sendo inclusive tema de marchinha de Carnaval.


Fonte: Coluna de Aldírio Simões no Jornal A Notícia de 28 de maio de 1999

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